Ao retornar às aulas os estudantes do 3º ano também passam por um processo de adaptação, afinal de contas muitas mudanças ocorrem quando passam para outro seguimento. Até mesmo acostumar-se com a nova sala é um desafio, pois, por vezes, ao chegarem à escola, acabam direcionando-se à sala anterior. Por isso vamos organizando nosso espaço e despertando neles o sentimento de pertença ao grupo Nos momentos de rotina, apesar de alguns procedimentos serem parecidos ou até os mesmos que no 2º ano, os estudantes exercem mais sua autonomia.
Educação para crianças com síndrome de Down
quinta-feira, 7 de junho de 2012
domingo, 3 de junho de 2012
Adaptações Curriculares
Patricia DíazCaneja
Rosa Ruiz de Apodaca
A
educação obrigatória é um direito para todos os alunos. Por isso, é altamente
necessário fazer todo o possível para que todos os alunos aprendam e progridam.
Para isso, é preciso procurar e esgotar todas as vias, métodos e meios de
ensino que permitam aos alunos aprender e alcançar os objetivos educativos.
O
aluno com Síndrome de Down tem uma comprovada capacidade de aprender. Mas
apresenta uma problemática própria que obriga a adaptar a normativa geral
educativa (objetivos, métodos, avaliações, etc.) a suas próprias
características, com o propósito de conseguir avanços progressivos. Por
conseguinte, a adaptação pertinente educativa vai ser a chave de seu progresso
dentro de um contexto de educação integrada.
Os
capítulos a seguir pretendem:
a)
orientar aos profissionais da educação sobre os recursos que o sistema
educativo põe ao seu dispor para favorecer a integração dos alunos com Síndrome
de Down.
b)
informar os pais sobre os aspectos escolares, aos quais seus filhos têm
direito, para garantir seu adequado desenvolvimento.
Marco legal
A
escolarização das crianças com Síndrome de Down, assim como a de outros com
diferentes tipos de deficiência, sofre uma mudança em 1982 com a Lei de
Integração do Deficiente (LISMI). Esta lei definia que o deficiente deve se
integrar no sistema ordinário de educação geral, recebendo os programas de
apoio e recursos que necessite. Por outro lado, a escolarização em centros de
educação especial se ministrará só quando resultar impossível a integração no
sistema ordinário.
Em
1990, a
Lei de Ordenação Geral do Sistema Educativo (LOGSE) estabelece que o sistema
educativo deve dispor dos recursos necessários para que os meninos com
necessidades educativas especiais possam alcançar, dentro do sistema, os
objetivos estabelecidos com caráter geral para todos os alunos. Neste sentido,
os professores têm que estar adequadamente preparados, os centros devem contar
com uma adequada organização escolar e com os recursos materiais e físicos
necessários para favorecer a aprendizagem de todos os alunos. Além disso, é preciso
que as equipes de professores realizem as correspondentes adaptações
curriculares necessárias para que os meninos alcancem os fins da educação.
Em
1999, a
Lei de Solidariedade da Educação pretende melhorar a qualidade da atenção que
recebem os meninos com necessidades educativas especiais. Assim, para que a
igualdade de oportunidades de todos os alunos seja um fato, esta lei regula uma
série de atuações compensatórias como programas de especialização do
professorado ou para a elaboração de materiais adaptados, para assessorar as
famílias, para refeições ou transporte, etc.
No
ano 2002, a
Lei Orgânica de Qualidade da Educação (LOCE), estabelece que os alunos com
necessidades educativas especiais (ACNEE) que requeiram, em um período de
escolarização ou ao longo da mesma, determinados apoios e cuidados educativos
específicos, por ter deficiências físicas, psíquicas, sensoriais ou por
manifestar graves transtornos da personalidade ou de conduta, terão uma atenção
especializada calcadas nos princípios da não discriminação e normalização
educativa, com a finalidade de conseguir sua integração. Para atingir esse
efeito, as administrações educativas dotarão a estes alunos do apoio preciso do
momento de sua escolarização ou da detecção de sua necessidade.
Dentro
do desenvolvimento deste marco legislativo, o aluno com necessidades educativas
especiais deve submeter-se a uma avaliação de suas capacidades, de maneira que
possa estabelecer o modelo de escolarização que mais se adequa a suas
necessidades. O Juízo de escolarização que elabora a
equipe de orientação educativa, é o documento no qual se fundem tanto os
resultados desta avaliação, como os recursos humanos e materiais com que deve
contar o centro para poder facilitar a aprendizagem das crianças.
O que são as adaptações curriculares?
As adaptações curriculares são estratégias educativas para facilitar o
processo de ensino-aprendizagem em alguns alunos com necessidades educativas
específicas. Estas estratégias pretendem, a partir de modificações mais ou
menos extensas realizadas sobre o currículo ordinário, ser uma resposta à
diversidade individual independentemente da origem dessas diferenças: histórico
pessoal, histórico educativo, motivação e interesses, ritmo e estilo de
aprendizagem.
Por um lado, trata-se de uma estratégia de planejamento e de
atuação docente para responder às necessidades de cada aluno. Mas, ao mesmo
tempo, trata-se de um produto, já que é uma programação que contém
objetivos, conteúdos e avaliações diferentes para uns alunos, e inclusive
organizações escolares específicas, orientações metodológicas e materiais
adequados.
Em um sentido amplo, uma adaptação curricular se entende como as
sucessivas adequações que, a partir de um currículo aberto, realiza um centro
ou um professor para concretizar as diretrizes propostas pela administração
educativa, tendo presente as características e necessidades de seus alunos e de
seu contexto.
Em um sentido restrito, o conceito de adaptação curricular se
refere a aquelas adequações de índole mais específica que se realizam pensando
exclusivamente nos alunos com necessidades educativas especiais que não são
necessárias para o resto dos alunos.
As adaptações curriculares devem estar fundamentadas em dois princípios:
·
Princípio de Normalização:
Favorece a que os alunos se beneficiem, sempre que for possível, do maior
número de serviços educativos ordinários.
·
Princípio de Individualização:
Tenta proporcionar a cada aluno –a partir de seus interesses, motivações e
também em relação com suas capacidades, deficiências e ritmos de aprendizagem –
a resposta educativa que necessite em cada momento para formar-se como pessoa.
Fonte:
www.portalsindromededown.com.br/.../adaptacoes_curriculares.doc
Problemática quanto as instalações nas escolas
Jabes, 10, tem
deficiência física e mental. Bruna, 14, paralisia cerebral. Juliana e Rafael,
8, são paraplégicos. Vinícius, 13, cego. Além de serem crianças com
necessidades especiais, elas também têm em comum o fato de freqüentarem escolas
regulares e estarem na mesma classe de alunos não-deficientes.
A inclusão de crianças
deficientes em escolas regulares vem crescendo no país. O número de
matriculados cresceu 229% nos últimos cinco anos, segundo o Censo Escolar do
Ministério da Educação. Passou de 43.923 alunos em 1998, quando o censo
analisou pela primeira vez a situação dos alunos especiais, para 144.583
estudantes no ano passado.
No país, há 503.570
alunos matriculados com necessidades especiais --deficiências visual, auditiva,
física e mental. Do total, cerca de 30% freqüentam escolas que oferecem o
ensino regular --em 98, eram 13%. O restante está em escolas ou salas
especiais.
A recomendação para que
pessoas com deficiências sejam educadas na rede regular de ensino está na LDB
(Lei de Diretrizes e Bases da Educação). O Brasil é também signatário de uma
declaração internacional que selou o compromisso de garantir acesso à educação
inclusiva até 2010.
Se por um lado o acesso
às escolas cresce a cada ano, por outro ainda são precárias as instalações
físicas, a oferta de material didático-pedagógico e a capacitação de
professores para o atendimento dessas crianças.
"Soubemos de um caso
de uma criança com síndrome de Down que fica perambulando durante o período de
aula pelos corredores da escola. Quem acaba tomando conta dela é a
copeira", afirma Edigilson Tavares, coordenador do Instituto Apae, que
oferece cursos de capacitação a professores do ensino regular.
Na opinião de José Rafael
Miranda, coordenador-geral de desenvolvimento da Secretaria de Educação Especial
do MEC, o problema não é falta de recursos. Há verbas federais e de organismos
internacionais para projetos que promovam a inclusão da criança deficiente nas
escolas, afirma Miranda.
"O país é riquíssimo
em leis que protegem as crianças com necessidades especiais. Mas falta
sensibilidade para alguns gestores da educação. Ainda há medo e
preconceito", diz.
Outro problema é a falta
de apoio terapêutico. Muitas das crianças que freqüentam as escolas regulares
não conseguem fazer as terapias necessárias (fisioterapia, fonoaudiologia,
psicologia, psiquiatria, entre outras) por falta de acesso a locais
especializados.
Em Itaquera (zona leste),
por exemplo, a fila de espera para ser atendido por uma psicóloga da rede
pública de saúde é de 2.000 pessoas. A rede também não dispõe de psiquiatra na
região.
"Quando conseguimos
vaga em entidades conveniadas, há o problema do transporte. Muitos pais
desistem do tratamento porque não têm como arcar com essa despesa", afirma
Maria Elisa Frizzarini, supervisora da coordenadoria de educação da
Subprefeitura de Itaquera.
É o caso da menina Bruna
Lima do Nascimento. Portadora de paralisia cerebral adquirida por problemas no
parto, ela não anda, quase não fala e apresenta movimentos bruscos
involuntários. Estuda com outros 30 alunos em uma sala da 2ª série do ensino
fundamental na escola municipal Benedito Calixto, no Jardim São Pedro (zona
leste).
A mãe de Bruna, Maria
Lopes de Lima, 45, diz que a filha deveria estar sob cuidados de uma terapeuta
ocupacional, mas não há dinheiro para bancar o tratamento. A única renda da
casa é a pensão de R$ 240 que a menina recebe em razão da sua deficiência.
Ainda assim, ela acredita
que a menina progrediu desde que passou a freqüentar uma escola regular.
"Ela já consegue pronunciar algumas palavras, aponta a sala de aula e
reconhece os colegas."
Entre os educadores, há
os que defendem a inclusão imediata das crianças em classes regulares e outros
que preferem a inclusão gradativa, na qual as crianças freqüentam primeiro uma
sala especial na própria escola, interagindo com os outros alunos em atividades
específicas, para depois entrarem em uma classe regular.
Para Miranda, do MEC, as
crianças com deficiências mentais, físicas, visuais e auditivas conseguem
inúmeros progressos em classes de ensino regular convivendo com o diferente.
"A
linguagem é acelerada e eles aprendem novos conceitos brincando com as outras
crianças", diz Sônia Silva, coordenadora de estudos e novas pedagogias da
Secretaria Estadual da Educação.
Fonte: http://www.pedagobrasil.com.br/educacaoespecial/cresceainclusao.htm
Mitos e Realidades sobre o Down
1. Síndrome de Down é doença. Mito ou Realidade ?
Mito: A Síndrome de Down não é uma doença e não deve ser tratada como tal. É preciso olhar para as pessoas além da Síndrome de Down, pois as características individuais são inerentes a todos os seres humanos.
2. Síndrome de Down tem cura. Mito ou Realidade ?
Mito: A Síndrome de Down não é uma lesão ou doença crônica que através de intervenção cirúrgica, tratamento ou qualquer outro procedimento pode se modificar.
3. Pessoas com Síndrome de Down falam. Mito ou Realidade ?
Realidade: A Síndrome de Down não apresenta nenhuma barreira para acessar o código da linguagem, portanto todas as crianças, se não apresentarem outro comprometimento, podem falar.
4. As pessoas com Síndrome de Down apresentam atraso no desenvolvimento da linguagem. Mito ou Realidade ?
Realidade: Há um atraso no desenvolvimento da linguagem que pode ser observado ao longo da infância com surgimento das primeiras palavras, frases e na dificuldade articulatória para emitir alguns sons. Entretanto, não há regra para saber quando e como a criança falará, pois depende das características de cada indivíduo.
5. Pessoas com Síndrome de Down andam. Mito ou Realidade ?
Realidade: As crianças com Síndrome de Down andam, porém seu desenvolvimento motor apresenta um atraso em relação à maioria das crianças.
6. Pessoas com Síndrome de Down são agressivos. Mito ou Realidade ?
Mito: Não podemos generalizar as pessoas com Síndrome de Down, determinando certos comportamentos, pois essa afirmação pressupõe preconceito. Cada indivíduo tem suas características de acordo com sua família e ambiente em que vive.
7. Pessoas com Síndrome de Down são carinhosas. Mito ou Realidade ?
Mito: Grande parte da população acredita que todas as pessoas com Síndrome de Down são carinhosas. Isto se deve ao fato de associá-las às crianças, infantilizando-as e as mantendo em uma “eterna infância”.
8. Pessoas com Síndrome de Down têm a sexualidade mais aflorada? Mito ou Realidade ?
Mito:
A sexualidade das pessoas com Síndrome de Down é igual à de todas as
outras. Este mito se deve ao fato de que grande parte da população não
considera sua sexualidade; desta forma acabam sendo reprimidos e não
recebem orientação sexual apropriada, ocasionando comportamentos
inadequados.
9. Pessoas com Síndrome de Down adoecem mais? Mito ou Realidade ?
Realidade: Ocasionalmente, como conseqüência de baixa resistência imunológica, as crianças com Síndrome de Down, principalmente nos primeiros anos de vida, são mais susceptíveis a infecções, principalmente no sistema respiratório e digestivo. Esta propensão vai diminuindo com o crescimento.
10. Pessoas com Síndrome de Down podem trabalhar. Mito ou Realidade ?
Realidade: As pessoas com Síndrome de Down devem trabalhar, pois o trabalho é essencial para a construção de uma identidade adulta. O trabalho faz parte da sua realização pessoal. Atualmente, há muitas oportunidades de trabalho para as pessoas com deficiência devido às políticas públicas.
11. Pessoas com Síndrome de Down devem freqüentar escola especial. Mito ou Realidade ?
Mito: As pessoas com Síndrome de Down têm o direito de participação plena na sociedade como qualquer outra criança,desta forma devem estar incluídas na rede regular de ensino.
12. Existe uma idade adequada para uma criança com Síndrome de Down entrar na escola. Mito ou Realidade ?
Mito: A criança deve entrar na escola quando for conveniente para ela e para sua família.
13. Pessoas com Síndrome de Down podem praticar esporte. Mito ou Realidade ?
Realidade: As pessoas com Síndrome de Down não só podem como devem praticar atividade física para seu bem estar físico e emocional. A prática de atividade física deve ser realizada aonde for mais conveniente para a pessoa (academia, parques, praças...). Lembrando que para todas as pessoas a avaliação física é importante antes do início de qualquer atividade
14. Só podemos nos comunicar através da fala. Mito ou Realidade ?
Mito: A comunicação acontece de várias formas como gestos, expressões corporais e faciais, choro, fala e escrita. Para haver comunicação é necessário estar numa relação onde seu desejo é reconhecido e respeitado.
Para Refletir
Sou um ser especial
tenho muito a te ensinar
sobre o verdadeiro amar
aqui nesta esfera mortal
Sou diferente da maioria
não sei mentir ou fingir
o que sei mesmo é sorrir
e espalhar minha alegria
Vim ao mundo pra ensinar
mais do que para aprender
ensinar a você como amar
Os seus preconceitos vencer
as diferenças aceitar
e ao Pai Celeste bendizer.
anjos mandados por Deus para nos fazer mais humanos.
Dia 21 de março - Dia Nacional da Síndrome de Down.
Jorge Linhaça
Capacitação dos Professores - Sem Preconceitos
Para lidar com a inclusão de Pessoas com
Necessidades Educacionais Especiais (PNEEs), é preciso abandonar a idéia
equivocada de que o professor tem que se preparar para atender alunos
com deficiência.
Segundo Maria Tereza Matoan
não existem métodos de ensino especiais para se ensinar os conteúdos
curriculares para esses alunos. “O professor não tem que aprender como
ensinar matemática para alunos com deficiência. Ele tem de se preparar
para atender a todas as crianças. O ensino escolar vai mal porque a
escola continua repetindo no século XXI o que foi a escola do século
XVIII", aponta a psicóloga.
Ainda segundo
ela, a preparação dos professores comuns deve passar pela naturalização
de seus métodos, práticas de ensino, avaliações, entre outras tarefas,
que estão muito defasados. “Por outro lado, os professores da educação
especializada precisam também aprender a distinguir as suas funções das
dos professores comuns, ensinando, sem repetir nas classes especiais, o
que é próprio da escola comum, como acontece muito, até hoje, nas
escolas especiais”, completa.
Ainda segundo a
psicóloga, as escolas estão sendo preparadas para receber esses alunos,
a partir da presença deles nas escolas. “Aprendemos a fazer, fazendo”,
diz ela.
“É óbvio que se as crianças são
segregadas em escolas especiais, não há necessidade de as escolas comuns
se prepararem para recebê-las. Como agora, elas estão sendo
encaminhadas às escolas comuns, tudo muda”, completa.
Para
a educadora Tânia Regina Laurindo, o primeiro passo da inclusão é
entender e aceitar que cada criança tem um ritmo, tendo ela uma
necessidade especial ou não. É preciso conhecer a criança sem o rótulo
de uma doença. “Vivemos numa sociedade que impõe padrões e se a criança
não se enquadra, ela está fora, fora do mundo, fora da escola. Para
trabalhar com a criança com uma necessidade especial, seja ela qual for,
física ou neurológica, o professor tem que se desprender do
preconceito”, acredita. Além disso, a escola precisa de um bom projeto
pedagógico. No projeto coordenado por Laurindo o conteúdo a ser ensinado
é adaptado conforme a necessidade e o interesse do grupo. A escola
recebe dois alunos portadores de necessidades especiais por sala com, no
máximo, 25 alunos. “Não adianta trazer a criança para a escola e
simplesmente colocá-la sentada na sala. Há que se desenvolver novas
maneiras para atingir essa criança. Trabalhar com inclusão numa escola
dizendo que todos devem abrir o livro na página tal pode excluir ao
invés de incluir a criança com necessidades especiais, porque ela vai
perder o interesse, vai se isolar”, acredita a coordenadora.
Apesar
das dificuldades, entretanto, a convivência com outras crianças é
fundamental, porque isso permite à criança ter o referencial do outro.
"Se ela convive só com crianças iguais, não pode aprender outros
parâmetros de comportamento que não os de crianças como ela. Ao
freqüentar a escola regular, portanto, ela tem ganhos sociais", explica
Carmem Minuzzi da Fundação Síndrome de Down.
Síndrome de Down - Que tipo de escola é melhor?
Os pais, com justa razão, muitas vezes não sabem se o melhor é
matriculá-los numa escola regular ou especial
Os pais de crianças com síndrome de Down se defrontam com alguns dilemas
quando seus filhos atingem a idade de freqüentar a escola. Se questionam se
devem ou não colocá-los numa escola e se essa escola deve ser regular ou
especial. "A entrada dos filhos na escola, tanto na educação infantil
quanto no ensino fundamental, representam momentos marcantes para seus
pais", explica Fernanda Travassos Rodriguez, psicóloga, terapeuta de
família e doutoranda em psicologia clínica na PUC do Rio de Janeiro.
"Suscita temores ligados a adaptação e proteção", acrescenta.
Entretanto, é importante lembrar, esses dois momentos são distintos e geram
ansiedades especificas. "Porém, sabe-se que quando a inclusão é bem feita,
a socialização começa a se dar de maneira muito fluida", conta. Fernanda
Travassos lembra que o nosso modelo de educação tem um padrão que não contribui
muito para a inclusão. "Mas com freqüência percebemos boas experiências de
inclusão em escolas consideradas ‘alternativas’, são as escolas
construtivistas, a montessorianas, e outras", explica.
De acordo com a psicóloga, as duas opções apresentam lados positivos e
negativos. Ela explica: "Se de um lado a criança portadora da síndrome de
Down tem muito a ganhar em termos sócios afetivos permanecendo no ensino
regular, na maioria das vezes, estas escolas têm poucas alternativas para
oferecer a estes alunos na apreensão dos conteúdos em sala de aula. Em
contraste, as escolas especiais que, cada vez mais são escassas, no entanto,
foca-se mais no seu aprendizado formal, usando ferramentas adequadas para a sua
aprendizagem".
Fernanda Travassos enfatiza que é no ensino fundamental, quando este é
desenvolvido numa escola regular, que os problemas se tornam mais evidentes.
"É que a partir do ensino fundamental, quando a criança deve apreender
muitos novos conteúdos escolares e, na maioria das vezes, as turmas das escolas
regulares são grandes, não permitindo que o professor de uma atenção
especializada ao aluno".
Diante do exposto, a pergunta que se coloca é: por qual escola então optar?.
Fernanda Travessos alerta que não existe uma "receita de bolo" para
estes casos. Ela tem razão pois as crianças com síndrome de Down, assim como
outra criança qualquer, são muito diferentes entre si, tanto acerca de sua
personalidade quanto em relação aos diversos e variados interesses e
habilidades. Esses aspectos devem ser considerados pelos pais na hora da
fecharem sua decisão.
"Algumas vezes aconselhamos uma mescla destes modelos", diz a
psicóloga. Porém, quando os pais não conseguem escolher e sentem um peso muito
grande sobre a sua responsabilidade, argumentando de forma legítima que não são
especialistas em educação, eles devem buscar um profissional qualificado da
área de psicologia ou pedagogia para que os ajude a fazer essa opção de forma
coerente com o seu modelo de família e levando em conta a singularidade de seu
próprio filho. "Uma experiência exitosa para um amiguinho pode ser
desastrosa para o seu próprio filho, visto que cada indivíduo portador ou não
de síndrome de Down é única", ressalta Fernanda Travassos.
Fonte: http://guiadobebe.uol.com.br/sindrome-de-down-que-tipo-de-escola-e-melhor/
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